quarta-feira, 21 de março de 2012

Peixes - Indo além das ilusões



O pisciano costuma ter o nascimento difícil, como se não quisesse nascer ou com alguma doença grave. Inicia-se o périplo do sofrimento. O que compõe o sofrimento? Quem sofre e quem faz sofrer, bem como o sofrimento. O tema do padrão vítima-redentor é recorrente na vida dos piscianos, mesmo que seja porque sua mãe foi percebida na infância como uma eterna sofredora, mártir da família, eternamente preocupada com tudo, o pisciano absorveu  essas atitudes, tal sua ligação com a figura materna. O padrão completo é sempre estar envolvido em jogos de vítima-salvador, quer o pisciano esteja atualizando este ou aquele pólo da relação em cada momento de sua vida. Essas pessoas sofrem demasiadamente na vida. Se a identificação com o pólo redentor, escolhem como companheiros de relação (para quaisquer fins) indivíduos frustrados pela vida, feridos pelas circunstâncias, doentes crônicos e de uma ou outra forma incapazes de se socorrer, pessoas que estejam à espera de redenção, mas de quem as mantenha, na verdade, na posição de vítima.



 Sendo o pólo de mártir, estarão em busca de quem as faça de modo físico, emocional ou espiritual, única forma de atualizar o padrão duplo vítima-redentor. De qualquer forma, o pisciano escolhe inconscientemente o pólo que a mãe melhor o ensinou, afinal a manipulação é outra característica dessas situações. O   cenário propicia o estímulo natural para que o pisciano possa se expressar legitimamente a sua empatia, bem como entregar-se a licenciosidade e libertinagem ou ao uso abusivo de chás,

fumos, bebidas e outros ampliadores de consciência. Essa questão de experimentar a ruptura com a realidade e proporcionar-se contatos religiosos puros o colocará em confronto entre a realidade e o sonho. Faz pensar o fato de Baco punir os opositores ao seu culto com o desmembramento quando o pisciano busca com o estado alterado de consciência religar-se ou sentir-se uno novamente.Lembremos que o culto de Kali,




previa o envolvimento com danças, bebedeira e orgias sexuais, davam-se também com o desmembramento de animais, dos quais se bebia o sangue e comia a carne como se fossem do deus.  É reincidente na vida do pisciano encontrar um aspecto que esconde uma fera sedenta de sangue e destruição daqueles que não o compreendem. O dilema que advém é viver efetivamente a espiritualidade ou entregar-se a rituais orgiásticos destrutivos? O que está presente na psique profunda do pisciano, só tem como caminho o refúgio na intelectualidade compulsiva. No entanto poderá negar sua emocionalidade e facilidade empática por não saber como lidar de maneira adequada com tais impulsos aparentemente contraditórios, que então se tornam mais autônomos ainda e ameaçam a qualquer momento irromper e lavar a consciência egóica. Mas a redenção das paixões selvagens é a tarefa do filho, o Redentor e as paixões são elas mesmas a Mãe. Para o pisciano, tanto o horror que ele vive interiormente quanto a aspiração por uma vida junto ao deus derivam do mesmo inconsciente coletivo.

 De onde vem a sua incrível sensibilidade artística




pintura
Rideau, Cruchon et Compotier, por Paul Cézanne U$ 60.500.000

 e empática ao estado emocional de outrem. Por isso a necessidade de resolver o equilíbrio entre os seus fortes sentimentos pessoais e a necessidade de participar ativamente dos sentimentos do grupo ou do coletivo. Se o corpo sufoca o espírito ao se sobrepor-se, o espírito desmembrará o corpo que se opõe.