As Águas - Lagos e Outros

Os povos da Itália olhavam como deuses todos os lagos e rios do seu país; adoravam o Lago de Alba, o Lago Fucino, os de Arícia e de Cutília, tão religiosamente como os rios Clitumno e Númico.
Algumas vezes, os lagos dissimulavam na sua profundidade a entrada do Inferno, tais como o Lago (ou pântano) de Lerna, na Argólia, e o Lago Averno, na Itália.
“Os argivos, diz Pausânias, pretendem que foi pelo Lago de Lerna que Baco desceu aos Infernos para daí retirar sua mãe Sêmele”.
O Lago Averno era consagrado a Plutão. Suas águas empoçadas, e talvez sulfurosas exalavam miasmas nauseabundos e deletérios: os pássaros que voavam sobre elas caiam asfixiados, o que lhe deu o nome Averno (a, privativo, que tira, + ornis, pássaro). Acreditava-se que esse lago comunicava com as moradias infernais; às suas margens estava o oráculo das Sombras de que fala Homero, ao qual, em seu regresso, Ulisses foi consultar.
Conta Estrabon que esse lago era cercado de árvores, cuja copa inclinada formava uma abóboda impenetrável aos raios do Sol. Acrescenta que tendo sido cortadas essas árvores, por ordem de Augusto, o ar se purificou. Realmente, os pássaros voam hoje sem perigo sobre as águas desse Lago de Campânia.
<< Página inicial