sábado, 6 de agosto de 2011

LEÂO - Parsifal I





Naquela tarde, como em todas as tardes, quatro escravas (uma com uma espada, outra com um cálice dourado, uma terceira com uma bandeja prateada e a quarta com uma lança, entraram na sala onde o rei estava e enterraram profundamente a lança na ferida do rei, tornando a machucar seu núcleo de poder criativo e impedindo-o de reavivar sua terra. Parsifal observou a estranha cerimônia mas, pouco se importando com o sentido nela implícito ou com a contínua dor do rei, foi dormir. Ao acordar, o castelo estava deserto e Parsifal encontrou apenas uma velha mulher, que lhe disse que se tivesse perguntado "Para que o Graal serve?", condoído da sorte do velho rei, teria imediatamente curado sua ferida e ao mesmo tempo dado vida nova à terra desolada. Mas perdido na própria busca e cheio do orgulho que ela lhe provocava, não o pudera fazer. Parsifal saiu do castelo, este desapareceu e só reapareceria quando ele tivesse a necessária maturidade e compaixão para fazer a pergunta redentora. A história prossegue e, depois de muitas aventuras, durante as quais ele vai desenvolvendo a própria capacidade de compaixão e perdendo sua soberba, por fim o castelo reaparece e a pergunta é feita. Imediatamente o velho rei fica curado, a terra começa a produzir e o rei informa a Parsifal ser seu avô. Com isso o Castelo do Graal é entregue aos cuidados de Parsifal, que reencontra o pai - mas agora um pai mais antigo, gerador do próprio pai de Parsifal, e não apenas o pai carnal de quem se perdera na infância.