terça-feira, 30 de março de 2010

Plutão I

O rapto de Perséfone



Para os gregos Hades, Plutão é irmão de Júpiter e de Netuno e o terceiro filho de Saturno com Réia. Salvo por Júpiter do fim de ser comido pelo pai, não hesitou em apoiar Júpiter na luta contra os titãs. Com a vitória, recebe o Inferno como recompensa. Não foi desposado por nenhuma deusa pela sua dureza fisionômica e por causa da tristeza do seu império. Assim sendo raptou Prosérpina (Perséfone) e a faz sua esposa. Seu reino é o Tártaro e assim vela, soberano pela administração dos seus estados e dita leis inflexíveis. É servido pelas sombras ligeiras e miseráveis, tão numerosas como as ondas do mar e as estrelas do firmamento; tudo o que a morte ceifa na terra cai sob o cetro desse deus, aumentando a sua riqueza, ou tornando-se sua presa. Desde o inicio do sue reinado, nenhum dos seus ministros infringiu suas ordens, nem um dos seus súditos tentou rebelião. Dos três deuses soberanos que governam o mundo, é o único que nunca teve que temer a insubordinação ou a desobediência, o único cuja autoridade é universalmente reconhecida. Essa obediência não o torna menos odiado e temido. Não tinha templo ou altar na terra e não se compunham hinos em sua homenagem, pois o culto era tão e somente particular. O sacerdote queimava incenso, sacrificava a vitima e tudo era feito no escuro absoluto. Era venerado especialmente em Nisa, Opunto, Trezene, Pilos e Eleanos, onde existia o santuário. Este era aberto uma vez no ano onde só podiam entrar os sacrificadores. Epimênida (poeta e filósofo grego), diz Pausânias, fizera colocar sua estátua no tempo das Eumênidas(ou Erinias) e contra uso comum, estava representado sob expressão e atitude agradáveis.

Os romanos tinham posto Plutão não somente no número dos doze grandes deuses, mas também entre os oito escolhidos, os únicos que podiam ser representados em ouro, prata e marfim. Havia, em Roma, sacerdotes vitimários, especialmente consagrados a Plutão. Imolavam-lhe, como na Grécia, vítimas em números pares, sendo que para os outros em numero impar. Essas ficavam reduzidas inteiramente a cinza, o sacerdote não reservava nada, nem para o povo nem para si. Durante este rito os sacerdotes ficavam com a cabeça descoberta e era recomendado aos assistentes absoluto silêncio.

Plutão foi temido a ponto dos povos da Itália, que o criminoso condenado ao suplício era a ele consagrado.(economia) Depois desse ato religioso, qualquer cidadão que encontrasse o culpado podia impunemente matá-lo. No Monte Soracte, na Italia, Plutão partilhava as honras de um templo comum a Apolo.

terça-feira, 9 de março de 2010

Minerva ou Atena



Filha de Júpiter, deusa da sabedoria, da guerra, das ciências e das artes. O Grande Júpiter devorou Métis (ou a Prudencia). Sentindo grande dor de cabeça, recorreu a Vulcano (Hefesto), que um golpe de machado, abrindo-lhe o crânio. Deste saiu Minerva, inteiramente armada, e já em idade que lhe permitiu socorrer seu pai na guerra dos gigantes, na qual se distinguiu pela coragem. Um dos traços mais famosos da história de Minerva é a sua diferença com Netuno para dar seu nome à cidade de Atenas. Os doze deuses foram escolhidos para árbitros e decidiram que aquele dos dois que produzisse a coisa mais util à cidade lhe daria seu nome. Netuno, deu uma pancada com o tridente e fez sair da terra um cavalo. Minerva, uma oliveira, o que lhe assegurou a vitória.

A casta Minerva permaneceu virgem; entretanto, não receou disputar o prêmio de beleza com Juno e Vênus. A fim de o arrebatar às suas rivais, ela ofereceu a seu juiz, Páris, o saber e a virtude. Suas ofertas foram vãs, e ficou muito despeitada. (isso eu não entendi, por que)

Há quem diga que Atena se envolveu com os heróis que acompanhava, e até mesmo com Ares, seu grande rival. Sendo tais boatos falsos ou verdadeiros, sabe-se que ela jamais teve romances com mulheres e jamais teve filhos com deuses, e seus romances com homens guerreiros são um mistério.

Outro julgamento importante em que teve participação especial foi no Aerópago, quando julgou Orestes, juntamente com o povo de Atenas e o absolveu dando o voto de desempate – o voto de Minerva do seu nome romano.Esta deusa era a filha privilegiada do senhor do Olimpo, que lhe concedeu muitas das suas supremas prerrogativas. Ela dava o espírito de profeta, prolongava os dias dos mortais, obtinha a felicidade depois da morte; tudo o que ela autorizava com um sinal de cabeça era irrevogável; tudo o que prometia, cumpria-se infalivelmente. Ora conduz Ulisses em suas viagens, ora se digna ensinar ás filhas de Pândaro a arte de se sobressair nos trabalhos próprios de mulheres, a representar flores e combates em obras de tapeçaria. Com as mãos embelezou o manto de Juno. É ela quem faz construir o navio dos Argonautas, segundo seu desenho e que coloca na popa o pau falante, cortado na floresta de Dodona, o qual dirigia a rota. advertindo dos perigos, indicando os meios de os evitar - leme do navio.

Muitas cidades se colocaram sob a proteção de Minerva. A cidade favorecida entre todas foi Atenas. O seu culto era perpetuamente honrado, tinha ali seus altares, suas mais belas estátuas, suas festas solenes e sobretudo um templo de uma notável arquitetura, o templo da Virgem, o Pártenon. Esse templo, reconstruido sob Péricles, tinha cem pés em todos os sentidos. A estátua de ouro e marfim de uma altura de trinta e nove pés, era obra de Fídias.

As Panatéias sao as festas de Minerva, todos os povos da Atica acorriam a Atenas. Essas feitas, a princípio não duravam senao um dia, duração que mais tarde se prolongou. Distinguiam-se as Grandes e as Pequenas Panatéias; as primeiras se celebravam todos os cinco anos, e as outras anualmente. Nestas festas, disputavam-se tres espécies de prêmios, os de corrida, os de luta e os de poesia ou música. Nas Grandes Panatéias, passeava em Atenas um navio ornado de péplon, ou véu de Minerva, obra-prima, obra-prima de bordado executado pelas damas atenienses.

Nas suas estátuas e imagens, dão-lhe uma beleza simples, descuidada, modesta, um ar grave, marcado de nobreza, de força e de majestade. Tem geralmente, um capacete na cabeça, uma lança em uma das mãos, um broquel na outra, e um escudo sobre o peito. Na maior parte das vezes, a deusa esta sentada; quando de pé, tem sempre atitude resoluta de uma guerreira, o ar meditativo e o olhar volvido para as altas concepções.

Os animais consagrados a Minerva eram o mocho e o dragão. Eram sacrificados grandes vítimas, nas Panatéias, cada tribo da Ática lhe oferecia um boi, cuja carne era em seguida distribuída ao povo pelos sacrificadores.

Habitualmente consideram-se Minerva (Atena) e Palas como a mesma divindade. Os gregos mesmo associam os dois nomes Palas Atena. Entretanto, essas duas divindades nao podiam ser confundidas. Palas, chamada Tritônia de olhos verde-gaio, filha de Tritão, fora encarregada da educação de Minerva. Ambas se apraziam nos exercícios das armas. Um dia, elas se desafiaram e se bateram. Minerva seria ferida, se Júpiter não tivesse posto o escudo diante de sua filha; Palas ficou aterrorizada, e enquanto recuava olhando para égide, Minerva feriu-a mortalmente. Veio-lhe depois uma profunda mágoa, e para se consolar fez esculpir uma imagem de Palas, tendo o escudo sobre o peito. Consta que é essa imagem ou estátua que mais tarde ficou sendo o famoso Palácio de Tróia.

Em Homero, Minerva cobre as espáduas com o imortal escudo, onde está gravada a cabeça da górgona Medusa, cercada de serpentes e da qual pendem filas de franjas de ouro. Em redor desse escudo estavam o Terror, a Dissenção, a Força, a Guerra, etc. Toma-se geralmente o escudo pela couraça de Minerva, mais raramente pelo seu broquel. As únicas divindades que levam o escudo são Minerva, Marte e Júpiter. O de Júpiter era feito com a pele da cabra Amaltéia, sua ama-de-leite.