sábado, 23 de julho de 2011

LEÃO ao longo da história IV



Da mesma forma, no Extremo Oriente, o leão, animal puramente emblemático, tem profundas afinidades com o dragão, com o qual chega a se identificar. Desempenha um papel de proteção contra as influencias maléficas. Danças do leão (Shishimai) tem lugar no Japão no dia primeiro de janeiro e em certos dias de festa. Desenrolam-se diante dos santuários xintoístas, no meio das ruas e até nas casas particulares. Músicos acompanham os dançarinos . Estes usam máscara em forma de leão. Um homem leva a máscara e dois ou tres outros representam o corpo sob um pano. A cabeça do leão é vermelha. Esse leão tem a reputação de afugentar os demônios e de trazer saúde e prosperidade para as famílias, vilas, comunidades. Assim a visão de pesadelo é exorcizada e a imagem de morte tornando-se penhor de vida. É o que se observa também em outras áreas culturais, onde o leão, devorando periodicamente o touro, exprime há milênios a dualidade antagonista fundamental do dia e da noite, do verão e do inverno. Chegará a simbolizar não apenas o retorno do Sol e o rejuvenescimento das energias cósmicas e biológicas, mas também as próprias ressurreições. Túmulos cristão eram ornados com leões.


sexta-feira, 22 de julho de 2011

LEÃO ao longo da história III



Os Bambaras impressionados por sua força serena, fizeram dele uma alegoria do Saber divino e um grau, na hierarquia social tradicional, que só tem como superior o dos sacerdotes-sábios. A reflexão sobre os defeitos  desta força tranqüila, quando vai ao ponto de não poder ser mais questionada, não escaparam nem à sabedoria popular, nem aos místicos e filósofos. Assim, com a libertação feminina dos últimos tempos, o leão soberbo e generoso tornou-se o macho falocrata, que não sabe ou finge não saber que seu poder é relativo.
O que não deixa de evocar as observações de São João da Cruz sobre a impetuosidade do apetite irascível do leão, símbolo de uma vontade imperiosa e da força incontrolada; por onde se chega ao  leão barrigudo, símbolo da avidez cega, sobre o qual Shiva coloca o pé. Do leão de Cristo, essa cegueira conduz diretamente ao leão-símbolo do Anticristo, igualmente mencionado nas escrituras. Para a psicanálise ás vezes o símbolo de um impulso social pervertido a tendência de dominar como déspota, a impor brutalmente a sua autoridade e a sua força. O rugido profundo do leão e sua fauce grande e abertura invocam um simbolismo bem diferente, não mais solar e luminoso, mas sombrio e ctoniano. O leão nessa inquietante visão se assemelha às outras divindades infernais que engolem o dia no crespúsculo e o vomitam na aurora, como o crocodilo de diversas mitologias. Assim ocorria no Egito, onde os leões eram representados aos pares, um de costas para o outro: cada um olhava para o horizonte oposto, um a leste e outro a oeste. Chegaram a simbolizar os dois horizontes e o percurso do Sol de uma a outra extremidade da terra. Vigiando assim o escoamento do dia, representavam o Ontem e o Amanhã. Como a viagem infernal do Sol conduzido da goela do Leão do Ocidente à do Leão do Oriente, de onde renascia pela manhã, eles tornaram-se o agente fundamental do rejuvenescimento do astro. De um modo mais geral, simbolizaram esse rejuvenescimento de vigor que a alternância da noite e do dia, do esforço e do repouso, assegura.

LEÃO ao longo da história II


O leão de Judá de que se fala ao longo de toda a Escritura, desde o Gênesis, se manifesta na pessoa de Cristo. Foi ele, diz o Apocalipse, quem venceu de modo a poder abrir o livro e seus sete selos. Na iconografia medieval, a cabeça e a parte anterior do leão correspondem à natureza divina de Cristo, a parte posterior, que contrasta por sua relativa fraqueza, à natureza humana.Também serve de trono para Buda e para Kubjika, aspecto de Devi. É a força de Shakti, da energia divina .
E a forma do avatar Nara-simha (homem-leão), a força e a coragem, o destruidor do mal e da ignorância. Soberania, mas também força do Dharma, o leão corresponde a Vairocana, supremo Buda central e, também a Manjushri, o portador do conhecimento. O Buda ruge com o rugido do leão, como o Brihaspati védico: Quando ensina o Dharma a uma assembléia, ouve-se, com efeito, seu rugido de leão. O que traduz a força da lei, seu poder de abalar e despertar, sua propagação no espaço e no tempo.
Para os hindus há a manifestação do Verbo através da leoa shardula, que traduz o aspecto temível de Maya, a força de manifestação.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

LEÃO ao longo da história


É formidável o uso da simbologia do leão ao longo da história, como por exemplo: Krishna, diz ser o leão entre os animais; Buda é o leão dos Shakya, Cristo é o leão de Judá, Ali é o leão de Alá gerando a bandeia iraniana com um leão coroado. Dionísio, o Areopagita explica por que a teologia dá a certos anjos o aspecto de leão: a forma do leão torna compreensível a autoridade e a força invencível das inteligências santas, este esforço soberano, veemente, indomável, para imitar a majestade divina, assim como o segredo perfeitamente divino, concedido aos anjos., de envolver o mistério de Deus em uma obscuridade majestosa, furtando santamente aos olhares indiscretos os vestígios de seu comércio com a divindade, tal qual o leão que, segundo dizem, apaga na corrida a marca de seus passos, quando foge na frente do caçador. Ele remete ao Apocalipse, onde o primeiro dos quatro seres vivos, cheios de olhos na frente e atrás, ao redor do trono celeste, é descrito sob a forma de um leão; e a Ezequiel, onde o carro de Jeová aparece com quatro animais, semelhantes a carvões de jogo ardente, tendo cada um quatro faces, dentre as quais uma de leão.
O brasão de Açoca, o rei budista que reconquistou a Índia dos gregos e persas e a reunificou, tinha a efígie de tres leões, com as costas coladas um no outro, em cima de um pedestal em forma de roda, com a divisa: é a verdade que triunfa. Tais são, ainda hoje, as armas de Índia. Esses tres leões, dando o fervor budista do rei, poderiam simbolizar do rei, poderiam simbolizar a Tripitaka, as Tres Cestas, coletânea canônica dos ensinamentos de Buda, bem como o Triratna, a Gema Tríplice; Buda (o Fundador ou o Desperto). Dharma (a Lei), Samgha (a comunidade).
Símbolo da justiça, é, por essa qualificação, garantia do poder material ou espiritual. Por isso serve de montaria ou de trono a numerosas divindades, assim como ornamento tanto o trono de Salomão como o dos Reis da França ou dos bispos medievais. É também o símbolo do Cristo-Juiz e do Cristo-Doutor, de quem ele carrega o livro ou o rolo. Sabe-se que é, na mesma perspectiva, o emblema do evangelista São Marcos.





quarta-feira, 20 de julho de 2011

LEÃO



O signo de leão esta expresso por um dos doze trabalhos de Hércules. O leão foi criado por Hera ou por Selene, a deusa lunar, que vivia em uma caverna, saindo a noite para exterminar os rebanhos de Neméia. Era dotado de proteção extra, pois as armas não produziam nele qualquer efeito. Diante deste fato, Hércules entra na caverna portanto uma tocha e mata o leão com as próprias mãos, sufocando-o. Retira a pele e faz uma roupa com ela, usando a cabeça do leão como capacete.

domingo, 17 de julho de 2011

Proteçao como cela II

Tetis banhando Aquiles.


Na mitologia grega temos Tétis, que consulta o oráculo e é prevenida de que seu filho seria maior que qualquer deus, portanto Zeus a impede de ser desposada por um deus, condicionando a possibilidade somente a um mortal. Tétis concebe com Peleu a Aquiles. Este trás consigo a profecia de que o seu destino seria de uma vida curta e cheia de glória ( herói na Guerra de Tróia) ou longa mas inglória. Tétis, encarnando o arquétipo da mãe  terrível prefere a segunda possibilidade. Isso será recorrente na vida do canceriano, que verá suas necessidades de permanecer no colo materno em detrimento do potencial criativo, podendo substituir a mãe por alguém que preencha esse papel projetivamente ou não colocando ninguém neste papel. Separar-se da mãe é o seu segundo nascimento e a condição para ganhar a liberdade alcançada por Aquiles ao morrer na Guerra de Tróia. 

sábado, 16 de julho de 2011

A proteção como cela I





O canceriano possui um envolvimento com o lado materno, onde a figura materna adquire uma dimensão que efetivamente não possui, levando-o à busca eterna do útero perdido, de quem cuide dele, alimentando comportamentos para a tendência de permanecer infantil. Isto se coloca em oposição aquela necessidade de realização da liberdade pessoal. Liberdade esta que carrega o sentimento de isolamento, separação e abandono, com o desejo de eterno retornar a situação uterina. Como isso se manifesta na vida do canceriano? Ele irá escolher um parceiro que apoia as tarefas de seu crescimento, mas sabota-o pelas costas nos momentos mais difíceis. Isso reforçará a convicção do abandono, mas esconde a real intenção de libertar-se e ser honesto consigo mesmo e aceitar a responsabilidade pela vida.
Algumas figuras mitológicas egípcias como o escaravelho sagrado, sugerem algumas reflexões como a representação da perpetuidade da vida através do aparente renascimento a partir de uma bola de terra e esterco em que o inseto deposita suas larvas e que se desenvolve no calor da fermentação do esterco. O escaravelho tem o hábito de rolar estas bolas de um lado para outro o que lembra a passagem do sol de um lado para o outro pelo céu gerando a vida no planeta, bem como o fato dele carregar a sua própria casa.  

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A proteção como cela




Para a criança, o seu mundo está resumido ao pai e mãe, seu paraíso pessoal e perdido. No futuro a tentativa de resgate será através da constituição da própria família. Essa mente infantil não distingue o homem e mulher, porque o seu universo não possui outra percepção. No mundo divino também não há distinção entre homem e mulher, pois deus é uno e assim sendo é tudo. Este mundo primordial possui o ideal de Pai Mitológico ou divino, que promove a vida e da Mãe Mitológica ou terrível, que se opõem a ela. Essas duas concepções espelham o inconsciente como processo vital e será dele que nascerão os conceitos que estruturarão o indivíduo a criar os filtros para a organização da sua existência. Deste ponto é que percebemos a necessidade do canceriano enfrentar as duas figuras para conquistar a própria identidade, pois as duas estão fundidas e em eterna manifestação. Será necessário estabelecer a prioridade em quem enfrentar primeiro e quando. Deverá fazê-lo já no útero? O signo de câncer  é ligado profundamente a Lua, em que terá destaque a questão do emocional e o tanto de esforço para se livrar do julgo materno. Ao longo da história os mitos explicaram esses movimentos. A mãe terrível será contada neste caso como a deusa Hera e os trabalhos de Hércules. Esse evento exemplifica a raiva da matriarca contra a possibilidade de independência e individualidade da sua criatura, de onde se percebe a batalha constante na vida do canceriano. Já a figura do pai está ausente, sendo a mãe o polo de poder, o que impede ele de conseguir aprender o lado masculino. Com relação a canceriana, a mãe competirá com ela, forçando-a a desaparecer figurada ou efetivamente. Afinal, o poder feminino  é seu.