segunda-feira, 19 de abril de 2010

Perséfone ou Core (Prosérpina para os romanos)



Filha de Ceres e Júpiter, Prosérpina foi raptada por Plutão, quando colhia flores (a que se ter cuidado à colher flor), apesar da resistência teimosa da Cianéia, sua companheira. Ceres não aceita a perda da filha e fica sabendo por Aretusa, ou pela ninfa Cianéia, o nome do raptor (Plutão). Ultrajada, pediu a Júpiter que fizesse a filha voltar dos Infernos. O deus concordou, contanto que ela ainda não houvesse comido naquele mundo. Ascálafo, filho de Aqueronte e oficial de Plutão, informou te-la visto comer seis grãos de romã depois de sua entrada nas moradas sombrias.

Em conseqüência, Perséfone ficou nos Infernos como esposa de Plutão e rainha do império das Sombras.Segundo outros, Ceres obteve de Júpiter que Prosérpina passasse seis meses do ano em sua companhia. A posse dessa deusa por Plutão é colocada em diversos lugares; para uns foi na Sícilia, ao pé do Monte Etna, segundo outros, foi na Ática, na Trácia, na Jônia. Outros ainda escolheram como lugar dessa cena uma floresta perto de Megaro, tida como sagrada. Orfeu, pelo contrario, diz que a deusa foi conduzida ao mar pelo seu perigoso amante que desapareceu no meio das ondas.Nessa fábula alguns julgaram ver o emblema da germinação. Acreditava-se comumente que ninguém podia morrer sem que ela, por suas próprias mãos, ou por intervenção de Átropos lhe tivesse cortado um fio de cabelo fatal, ao qual a vida estava presa.

Era na Sicília que o culto dessa deusa era o mais solene, e os sicilianos não podiam garantir a fidelidade das suas promessas por um julgamento mais forte do que o de Prosérpina. Nos funerais, as pessoas batiam no peito em seu louvor; os amigos, os servidores do morto cortavam algumas vezes os cabelos e os atiravam na pira fúnebre para abrandar essa divindade. Imolavam-lhe cães, como Hécate, em especial as vitelas estéreis. Os árcades consagraram-lhe um templo sob o nome Conservadora, porque invocavam Prosérpina para encontrar os objetos perdidos. Essa deusa é ordinariamente representada ao lado do seu esposo, sobre um tronco de ébano, tendo na mão um facho donde sai uma chama envolta em fumaça negra. A papoula é o seu atributo favorito. Se algumas vezes é descrita carregando na mão direita um ramalhete de narciso, é porque ela estava colhendo essa flor primaveril, ao ser ratada.

foto: jardim de narcisos

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Plutão ou Hades Parte II

Assim os faliscos (antiga tribo italiana), habitantes do lugar, tinham julgado dever venerar ao mesmo tempo o calor subterrâneo e o fulgor do astro do dia. Os povos do Lácio e dos arredores de Cretone tinham consagrado ao rei dos Infernos o número dois como um número fatídico; pela mesma razão os romanos consagraram o segundo mês do ano e nesse mês, o segundo dia foi especialmente designado para lhe oferecer sacrifícios. Ordinariamente representado com uma barba espessa e um ar severo, muitas vezes com um capacete, presente de Ciclopes, cuja propriedade era torná-lo invisível; algumas vezes cinge-lhe a fronte uma coroa de ébano, de avenca ou de narciso. Quando sentado em seu trono de ébano ou de enxofre, tem na direita ora um cetro negro, ora uma forquilha ou uma lança. Algumas vezes mostra chaves na mão, para exprimir que as portas da vida são fechadas sem retorno àqueles que vão ter ao seu império. Também é representado em um carro puxado por quatro cavalos negros e fogosos. O atributo que mais comumente se vê a seu lado é o cipreste, cuja folhagem sombria exprime a melancolia e a dor. Os sacerdotes desse deus, nos dias de sacrifício, enfeitavam as suas vestes com coroas.



Para outros ele apresentava um lado bom, pois era ele quem propiciava o desenvolvimento das sementes e favorecia a produtividade dos campos. Como divindade agrícola, seu nome estava ligado a Deméter junto com ela era celebrado nos Mistérios de Elêusis que eram os ritos comemorativos da fertilidade, das colheitas e das estações. Hades teve uma amante cujo nome era Mente, que foi transformada por Perséfone em uma planta, hoje chamada de menta. Teve também outra amante, Leuce, porém antes do rapto de sua esposa.


Era também conhecido como o Hospitaleiro, pois sempre havia lugar para mais uma alma no seu reino. Ao contrário do que algumas pessoas pensam, Hades não é o deus da morte, mas sim do pós-morte. Apenas Ares e Cronos estão relacionados com a prática da morte. Assim, Hades não é inimigo da humanidade, como o são Ares e Cronos. O deus raramente deixava seu mundo e não se envolvia em assuntos terrestres ou olímpicos.